Ultimamente tenho tido a privilegiada oportunidade de observar e sentir de perto o dilema persistente entre aquilo que todos contabilizamos como feitos socialmente aplaudíveis e os feitos de ordem emocional, que apenas intimamente consideramos, tendo um valor reduzido ou mesmo inexistente para o olhar comum de um observador extrínseco. Não defendo de todo que devemos viver num véu emocional que nos inibe de percepcionar as transformações que vão surgindo à nossa volta, mas será correcto seguir o rumo de uma sociedade globalizante que cada vez mais se sustenta em futilidades, vícios fanados e emoções induzidas artificialmente?
Pressinto que a infância das gerações vindouras está a encurtar devido a automatismos coactivamente impostos e que é imperativo que se atinja o estado adulto a qualquer custo, estando assim um ciclo condenado a acreditar que a sua vivência se resume à trivialidade de fazer escola, ter um diploma, trabalhar, casar e ter filhos. Esta desumanização crescente é silenciosa e tem a força de moldar um paradigma capaz de formatar toda uma espécie.
Apesar da obrigação que a nossa imperfeição nos tem imposto ao longo dos séculos, não devemos cair numa ostentação dos feitos materiais e tentar encontrar o equilíbrio entre o dever fazer e o dever ser.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
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Sinceramente penso que um olhar despreocupado sobre a historia pode ser suficiente para mostrar que a infancia no Homem nunca foi tão longa quanto o é agora.
ResponderEliminarNão obstante certas excepções a verdade é que cada vez mais os objectivos são novos, mais individualistas, mais pessoais e egocentricos. Ligados a questões psicologicas das massas ou não a verdade é que a evolução da sociedade nos permite (homens e mulheres) ambicionar a algo mais do que os nossos avós sonhavam...
Para o bem ou para o mal podemos finalmente começar a sentir um pouco desta liberdade.
Ela reside sobretudo nas nossas acções diarias e planos pessoais para o futuro... só nao tira partido quem não as coloca em pratica.
Por isso não podemos prender-nos na nossa imperfeição, mas antes usufruir da parte mais perfeita. Sair do casulo e viver.
:p